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domingo, 4 de maio de 2008

Série: Pensamentos urbanos

"É como acordar sem destino. Fino como o colchão que me conforta, pequeno como o cobertor que me aquece. Ainda se esquece dos pais que me abortaram sem sucesso. É mais um progresso, de ordem, só na bandeira. Maneira que vive um país verde-amarelo cinza, mas não sei o porquê, estamos fadados às cinzas. Venha a saber da chuva que goteja sobre meu peito quando durmo, olho aquele eleito na TV e fico triste, pois me olham sem respeito. Mais um dia de rotina, em cada esquina, colhendo mesquinharia. Está feito, um amigo das ruas. Nuas e selvagens, não quero ser mais um marginal. Ah como é macia aquela bola de futebol, jogando com meus amigos e no sol, a radiar as cores do meu dia sem sal. Esqueço as vezes de sonhar como antigamente, somente quando fazer um gol seria meu dia de sorte. Também queria ser forte, viajar para o norte, conhecer as terras viris desses muitos "Brasís", sem me importar de deixar pra trás aquilo que aprendi a amar. Sobre-vida, não quero cair no esquecimento mas espero ser feliz também. Posso caminhar por todos litorais, conhecer a todas pessoas e descobrir que somos mais iguais que muitos pensam. Já tive meus altos e baixos e nasci assim regido pelo asfalto materno, aliás acredito que todos nós somos moradores de rua, só que o meu teto é a céu aberto."

Talvez seja mais um pensamento daqueles que passam desapercebidos diariamente, que andam como nômades pela cidade, mas acredito; são dignos e de humildade, talvez tenham mais noção que a maioria sobre uma realidade evitada, a segundo plano.

Em breve reportagem "A arte dos desabrigados", que trará a tona um pouco mais sobre a vida dessas pessoas e a arte como forma de superação.

3 gols:

Lu disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lu disse...

Nossa, muito bom!
Esses textos me fazem pensar como eu fecho os olhos pras desgraças: a pobreza, a fome, a falta de teto e vida as vezes...
O Brasil tá cheio de miséria, mas nem sempre adianta ajudar com dinheiro...Eles podem estar pobres de outras coisas.
Nossa que discurso de miss!
hahaha
Aguardarei as proximas reportagens nesse mesmo bat-local, nessa mesma bat-hora!
beeijo
(apaguei meu comentario anterior pq tinha erros de portugues! hehe)

Laís Mezzari disse...

Você está filosófico hein?
rsrs
Mas as tuas entrelinhas são boas... Trazem problemas reais, e que ficam escondidos da sociedade. Procurando espaço pra se tornarem um parágrafo inicial...
Beijos!